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segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

REFLEXÕES SOBRE A MORTE



E o que é a morte para nós?
                
A morte em todas as suas representações e formas, pode se fazer presente na vida de todos nós. Ela tem a representação do fechamento, "finalização" de um ciclo e é justamente por esse motivo que pode causar dor e angustia. Nós seres humanos temos um pequeno defeito de fabrica chamado "apego" e "posse".

O ser humano em sua essência é preparado para sentir prazer, amor e alegria. Todos os sentimentos que possam contrariar essa essência trazem um imenso desconforto ativando alguns mecanismos de defesa. Um deles é a negação/resistência. Quando negamos ou resistimos a uma situação onde um ciclo se fechou, seja ele pela morte de alguém, término de algum relacionamento, perda de um emprego, ou qualquer coisa que represente a "morte" de algo que existia, é provável que desperte o sentimento de tristeza, insegurança ou qualquer derivado desses.

A vida é feita de ciclos, composto de começo meio e fim. Os ciclos existem justamente para fazer o papel evolutivo da vida dando a nós o espaço que precisamos para crescer. O que ocorre é que no momento em que a resistência/negação surgem, todo o processo de aprendizado é interrompido e a vida tem o seu ritmo diminuído.

O medo de perder ou fechar ciclos tem relação com o nosso despreparo emocional para lidar com tudo aquilo que é incerto. Nós " seres mortais" temos um ideal de vida muito bem dimensionado internamente, onde cada coisa tem o seu devido lugar e espaço e deve acontecer exatamente como esperamos ou acreditamos que tem que ser. Por essa e muitas outras razões, ao perder um ente querido ou receber uma negativa da vida seja ela de qualquer natureza o "baque" se torna grandioso pois a sensação é a de que estamos nos perdendo do mundo " ideal" construído.

No fundo o choro sentido quando alguém muito próximo morre trata-se do choro  "ego centrista", não por quem se foi e sim pelo que "Eu vou perder diante dessa perda". A preocupação é com a quebra da rotina, com a enxurrada de emoções, com o que deixamos de fazer e poderíamos ter feito, preocupação de ter que lidar com tantas emoções que talvez foram negadas longos períodos da vida. O outro passa a ser mero coadjuvante nessa historia , torna-se apenas um meio de viver a dor que muitas vezes precisamos viver para amadurecer e dar um novo passo.

Quando amadurecemos emocionalmente começamos perceber que cada acontecimento nessa vida tem o seu devido lugar e passamos a não mais esperar os acontecimentos de uma maneira idealizada, apenas deixamos a vida correr e seguir o seu curso como tem que ser. Essa ação requer desprendimento, aceitação e o ingrediente mais importante de todos que é a confiança em si e na vida, sem tentar adotar qualquer tipo de controle sobre aquilo que não e "controlável".

Tudo o que sentimos, pensamos e fazemos são meras projeções daquilo que se passa internamente. Olhar para dentro e libertar cada sentimento reconhecendo que a vida é feita de "idas e vindas".

Deixar morrer e viver uma vida de libertação onde o que nos aguarda no final do túnel é um pote cheio de crescimento. Quanto mais acumulamos sentimentos e sensações negativas mais pesados nos tornamos e mais difícil e vagaroso se torna nosso caminhar. Levantar a cabeça e deixar os ombros leves "matando" tudo aquilo que lhe faz sofrer é equivalente a atingir a sua liberdade e evolução.

Deixe morrer o que tiver que morrer, desde pessoas a coisas!!!

Deixe sair de você aquilo que tiver que sair e não tenha medo do que pode sentir e muito menos fique tentando imaginar como será " daqui para frente". Aprenda apenas a viver dia a dia, momento a momento e esteja aberto (a) a próxima fase que a vida lhe oferecer, nada mais!

 "A vida é feita de ciclos, deixe ir o que tiver que ir para chegar o que tiver que chegar..."

Exercite a viver a vida enquanto ela está acontecendo e confie que o que está por vir (tanto de bom como de ruim) será única e exclusivamente para aprimoramento.

Com carinho

Brenda Donato



quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

ENTÃO É NATAL...




"Então é natal, e o que você fez? O ano termina e nasce outra vez..."


Para mim, sem sombra de duvidas essa é a época que mais gera sensações e emoções em todos nós (sejam elas de qualquer natureza). As cidades em todo o mundo ganham uma decoração diferente, luzes, novas cores e com isso é natural que se instale um forte clima de reflexão em todo o mundo, fazendo com que cada um volte para dentro de si e algumas perguntas comecem a ecoar:

"- O que fiz dos meus 365 dias que me foi dado de presente?"
"- Fui a pessoa que gostaria de ser? "
"- Conclui minhas metas e projetos?"
"- Fiz diferença na vida de alguém?"


 E é exatamente por essa razão que a vida nos "da de presente" duas magicas, simbólicas e significativa datas: o natal e o Ano novo! O Natal nos remete ao nascimento, o inicio de uma nova vida cheia de oportunidades, esperança e que pode ser transformada e construída como se estivéssemos desenhando em uma folha em branco. E e o Ano Novo que é de fato a concretização do simbolo do inicio de tudo. Novos 12 meses recomeçam para somar a tantos outros 12 meses passados nos trazendo assim uma bagagem e experiencia para atuar na vida!

A pergunta que fica é: Já que ganhamos esse presente qual é a nossa escolha para o novo ano de 2016? Quem de fato desejamos ser e o que queremos fazer?

Nada é constituído nessa vida por mero acaso, costumo dizer  que tudo tem razão de ser e existir, ou seja, os acontecimentos sejam eles bons ou ruins produzem em cada um de nós um movimentos de mudança de postura e de pensamento. Acreditando nessa premissa, eu escolho  ano a ano buscar ser um ser humano melhor para mim e para as pessoas que estão a minha volta, pois entendo que esse é o remédio para a mudança do mundo.

A partir do momento que cada um de nós realizarmos o exercício de olhar com coragem para nossos defeitos e assumir o quanto a partir desse defeito podemos fazer "mal" as pessoas e as relações que estabelecemos, podemos dar o primeiro passo no sentido da mudança e construir assim seres humanos mais conscientes e incapazes de gerar posturas que tanto ferem o conceito de convivência, ética, cidadania e respeito mutuo. Diante de uma civilização que tem como premissa básica o respeito, a ética e a convivência passamos a ser um mundo sem guerras, corrupção, ódio, ganancia, pobreza. 

A mudança do mundo começa em um processo individualizado de consciência, o contrario não é possível pois nós somos o mundo e o  mundo somos nós! Essa equação é simples, logica porém ainda impraticável.

Diante de um novo ano, deixo aqui para cada um essa reflexão e reforço que você é o responsável POR TODA A MUDANÇA que deseja ver em sua vida, no mundo, na politica, na empresa, nos seus relacionamentos, em sua vida financeira, em sua carreira. 

Só aquele que se responsabiliza de fato por algo, ou por alguém é capaz de mudar. A responsabilidade nos chama ao comprometimento pela mudança portanto MUDE para que assim possa ver tudo ser transformado diante dos seus olhos. E quando atingir o que de fato deseja irá se perguntar: "- Nossa como isso foi possível?!", e ai você se lembrará que foi possível pois se responsabilizou e arregaçou as mangas para fazer o seu MELHOR.

2016 está ai, e quais são mesmo seus planos de mudança?!?!?! O que deseja realizar nos seus 365 dias que ganhará de presente?!?!?! Chegou o momento de planejar o seu NOVO ANO!

Desejo a todos um 2016 repleto de mudanças, amadurecimento, consciência social e coletiva!

Que possamos abandonar nossos "defeitos" e deixar florescer todo o potencial de bondade, respeito, carinho, compreensão que já habita dentro de cada um de nós!

Grande Abraço

Com carinho

Brenda Donato

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Adeus ano velho, feliz ano novo

PS: Postagem atrasada, mas pensamento ainda valido!

Adeus ano velho, feliz ano novo

E mais um ano chega ao fim. Como costumo dizer junto com o fim inevitavelmente existe o novo, existe o começo ou o recomeço. E essa é justamente a magia do inicio de cada novo ano.

Para aqueles que leram a minha postagem no blog no final de 2013, vão recordar que estabeleci para o ano de 2014 a inexistência de planos.  Assim iniciei esse ano 14, sem planos, vazia de expectativas deixando que as coisas acontecessem da forma que pudessem ou tivessem que acontecer.

Sem grandes planos, uma primeira viagem a Índia em fevereiro. E naquele magico pais as primeiras grandes lições do ano. Cinco dias em silencio, cinco dias em meditação, cinco longos dias percebendo o que se passava no meu barulhento interior.  Foram apenas 5 dias para perceber o olhar solidário daqueles que observam, 5 dias para perceber que não é preciso falar para se fazer presente e que a presença real e verdadeira é aquela presença de alma, de espirito e que não é imposta ela acontece, e passa-se a ser notada pois passou a existir verdadeiramente dentro de si. A viagem a índia me trouxe lindos presentes. Me trouxe de volta e quando abri os olhos da minha alma pude conhecer lindas mulheres que estavam ali vivendo o mesmo processo que eu. Éramos quatro, quatro mulheres dividindo o mesmo quarto, as historias, as sensações, quatro mulheres dividido a vida.  Tudo foi acontecendo da forma que deveria acontecer, e o magico universo tratou de colocar naquele mesmo quarto, as mesmas angustias (até aquilo que parecia ser tão diferente, era exatamente igual). Como eu aprendi nesses 9 dias!!! Posso afirmar sem sombra de duvidas que eu voltei a vida, eu voltei sim!

E então eu voltei para enfrentar mudanças, mudanças que eu sabia que eram necessárias, mas que causariam automaticamente rompimentos e por mais que entendesse ser necessário não estava preparada. E foi assim que o dia a dia profissional prosseguiu.

O momento que eu exercitei o “não julgar” e deixar a vida tomar o curso que deveria tomar. Foi um momento que precisei deixar de lado a preocupação do que eventualmente poderiam dizer, falar ou pensar sobre mim.  Foi o momento que precisei exercitar o “deixe ir” , “deixe pensar”, “chega de explicações”, “Chega de achar que é mestre quando na verdade é meramente uma aprendiz” .

E foi nessa época que algumas pessoas saíram no movimento natural da vida.  Cheguei de forma egoísta a concluir que se a pessoa saiu é por que nunca esteve. Sim pode até ser, mas o outro aprendizado foi que esse pensamento é apenas um dito popular carregado de crença, ego e orgulho ferido por que na verdade a pessoa esteve o tempo e a intensidade que era para estar, e se não continuou por hora, é simplesmente por que não era para continuar. A vida não é mistério, as relações não são um problema, tudo é muito mais leve e natural do que imaginamos.

O maior aprendizado com os acontecimentos desse ano relacionado a pessoas foi que não é necessário ficar dando significados para aquilo que acontece. Tudo é como é, as coisas simplesmente são como são.

Quanto mais significado dou para cada coisa, mais eu me distancio do que realmente cada coisa é. A verdadeira liberdade é aquela que nos permite olhar para o mudo exercitando o olhar de uma curiosa criança que nada sabe.

E no natural fluxo da vida, pessoas saíram e tantas outras entraram para se tonar o presente desse grande ano. Tive a oportunidade de conhecer pessoas incríveis! Pessoas como eu, pessoas completamente diferentes de mim, pessoas que me ensinaram o poder da paciência, pessoas que vieram para trazer aconchego, amor, fé, carinho, amizade, alegria, colorido. Pessoas que dia a dia me fazem perceber que eu estou viva e ainda cheia de defeitos, pessoas que me demonstram o quanto humana sou!

Sim, esse foi o ano de 2014 para mim...

O ano onde a ausência de controle foi o meu maior exercício, afinal comecei a perceber que quanto mais tentava controlar cada coisa, menos controle tinha. Quanto mais desejei que algumas coisas acontecessem, mais distantes essas “coisas” ficavam de mim.

Enfim eu aprendi que a vida, é simplesmente  vida e conforme a lição do Bhagavad Gita, na ação você vê inação, e na inação em silencio você vê ação.  Tudo coopera para o crescimento e  aprendizado, e esse é o processo natural de cada ser. Já que a evolução é uma constante, por que não relaxar e apenas viver cada momento no ato presente? Por que não viver cada dia de nossas vidas sentindo cada passo nesse caminhar, fazendo com que o hoje dê certo, afinal se tudo der certo hoje, certamente o futuro brilhante será apenas uma deliciosa consequência de um dia a dia vivido com consistência e inteireza de alma.

Para o ano de 2015?

A frase a dizer para mim e para o mundo é: “ viverei cada momento no ato presente. E o futuro? Não sei...afinal ele ainda não aconteceu!”

Que 2015 tenha a cor que cada um de vocês determinar que ele tenha!

Com muito carinho

Brenda Donato



quarta-feira, 27 de agosto de 2014

UM TRAVESSEIRO PARA DOIS Por Márcio Rodrigues

 
As vantagens de ser Idiota...
 
"Sabe, ainda bem que as coisas dão errado.Nossas histórias funcionam como o nosso corpo: expostas a interferências alheias capazes de machucar. A diferença que o nosso corpo cria anti-corpos e nossas histórias criam lições. E desde que aprendemos o que significa A, B, C, nós sabemos como as lições são importantes. A vida tem dessas. As merdas que acontecem não são exclusividades da minha ou da sua; elas fazem mais parte da nossa rotina que a distribuição diária de “bom dia”.
O importante, no entanto, é ter claro na cabeça o que você quer da sua vida.
Vamos entender que uma vida é uma coleção de fases, sendo que às vezes a gente passa por umas figurinhas repetidas – esqueça aqui aquela analogia de "figurinha repetida não completa álbum". Toda a nossa estadia nesse mundo é composta por fases iguais vividas em diferentes momentos por diferentes pessoas. Tendo em mente que a vida são fases, vale o exercício de imaginar o que raios você está fazendo com a sua atual.
Você é uma pessoal real ou você aparenta ser uma pessoa real? Quando você diz que gosta, você gosta mesmo ou fala por falar? Quando você não quer mais, você empurra com a barriga ou empurra com a verdade?
O que seria do mundo se não fossem os dias ruins? Será que manteríamos uma constante melhoria ou nos acomodaríamos ao ver as coisas dando certo? Quando seu relacionamento está bem você procura melhorar ou procurar manter? Você acha que se melhorar estraga ou que se melhorar melhora?
Já que vocês existem, que sejam úteis pra nós, diabos de dias ruins.
Nós somos responsáveis pelo fim e começo de muitas das coisas. Quando um pensamento ruim te invade, você é totalmente responsável por fazê-lo ir embora, por dar um fim, por entender que ele vai te fazer mais mal do que bem. Ou o contrário. Quando um pensamento bom te invade, você é totalmente responsável por fazê-lo ficar, por renovar, por entender que ele vai te fazer mais bem do que mal. Ou o contrário. Das poucas escolhas que temos nessa vida, essas são algumas delas.
Lá se foi a boca que tanto beijou. No seu caso, talvez tenha ido por um erro seu ou uma soma de erros seus. Já no seu caso, talvez tenha ido porque não queria mais ficar.
É preciso preencher o coração com paz antes de preenchê-lo com amor.
Tuas histórias de dor existem pra te mostrar quanto amor tem em você. Toda lágrima que te escorre encontra um começo de sorriso seu. Não adianta querer espernear sobre o quão bosta a sua vida parece estar, também não estou dizendo pra lembrar do tal do “sempre tem alguém pior que a gente” – até porque acredito que você saiba disso -, não adianta solicitar seus amigos pra contar a mesma coisa mil vezes, sobre como você gostaria de voltar, sobre como você sente saudade do beijo, sobre como tudo te faz lembrar, sobre como sentiu um perfume igual no metrô, sobre como parece que as coincidências ao seu redor indicam que ainda há chance de volta, não adianta nada disso. O que adianta mesmo é você saber tim tim por tim tim tudo de bom que já fez por alguém – dane-se o mal que te fizeram -, e com isso, saber tudo de bom que você consegue fazer por alguém. Esta é só uma das vantagens de ser idiota no sentido de se apegar rápido demais, de se dedicar demais, de demorar pra esquecer, de gostar de lembrar, de amar as pequenas coisas, de comemorar feito revéillon um “vamos sair?”, de mandar beijo na catraca do metrô, de fazer coração com a mão em qualquer outra despedida, de rir feito besta com uma mensagem no celular, de fazer pose pra tirar selfie no meio do shopping, de sentir frio na barriga com um chamado no chat, de colocar a melhor roupa no dia do encontro, de olhar cada detalhe do rosto, de sentir o cheiro da pele, de ser praquela pessoa tudo o que gostaria que fossem pra você, de sorrir de verdade, de demonstrar que gosta, de babar nos refrões mais cafonas, de falar fininho no telefone, de mandar <3 <3 <3 no celular, de suspirar com os beijos dos seriados, de ficar relendo histórico de conversa, essas, são só algumas vantagens de ser idiota; idiota por alguém. São vantagens que só as pessoas que admitem que os dias bostas existem, que são importantes, mas que é preciso consumir a dor e não deixá-la consumir, pois é necessário estar pronto para viver os dias bons, feito idiota rindo sozinho do celular.
No fim das contas todos nós somos completos idiotas, nem que pelo menos uma vez na vida. Idiota aqui, claro, no sentido de se entregar de verdade às coisas mais simples, de amar cada coisinha besta e tão gostosa, de planejar mesmo sem ter ninguém na vida. As pessoas reais, aquelas que sabem que a vida é feita de dias bons e ruins, são as melhores em ser pessoas idiotas. E pra quê vergonha? Tem gente que esconde, tem gente que não, mas todo mundo sente a mesma coisa e fica do mesmo jeito. Amor é uma coisa só, seja aí na sua casa ou no outro lado do mundo. O roteiro é o mesmo com atores diferentes.
Se ainda ficou confuso saber quais as vantagens de ser idiota, explico em uma: a melhor vantagem em ser idiota gostando de cada coisa besta tipo sorriso no meio do beijo, é que você valoriza todas as coisas bestas, também conhecidas de mais importantes, tipo sorriso no meio do beijo. E isso te faz alguém real, alguém que sabe que os dias ruins podem até existir, mas que dias bons duram mais se você quiser".
Esse texto faz tanto sentido que dispensa qualquer comentario para não estragar a grandeza das palavras e verdades expressas por Márcio Rodrigues! Apenas afirmo que sou Idiota e gosto de mim exatamente assim! Espero que gostem e aproveitem essa publicação no blog.
 
Com todo carinho
 
Brenda Donato
 

domingo, 17 de agosto de 2014

A NATUREZA DO AMOR É O AMOR - Por Brenda Donato


A natureza do amor é o amor ...

Hoje estava assistindo um filme de romance (meu tema preferido, como toda romântica assumida, rs), e sentada em frente a TV eu me questionava a respeito de como a minha geração segue encarando o tema amor, relacionamento e afins.

O primeiro ponto que eu observo é que talvez estejamos nos perdendo no medo de se responsabilizar, afinal estamos vivendo a era das facilidades, onde tudo pode ser dito, construído e descontruído com a mesma facilidade. Uma época em que “o que eu sinto” , apenas sinto e ponto final, pouco importa se “o que eu sinto” , “penso” ou “falo” gera algum impacto no outro.  Muitas vezes observo muito pensativa o que me dizem, e bate uma duvida se aquilo que esta sendo dito representará o mesmo sentimento daqui a 5 minutos ou se é apenas mais uma palavra solta ao vento.

A reflexão que eu faço desse cenário, é que a dificuldade de se responsabilizar pode estar diretamente ligada ao medo de sentir, ao medo de viver, ao medo de experimentar. Afinal somos filhos de uma geração que viveu momentos de repressão total e logo em seguida liberdade sem limite. E aqui estamos nós, aprendendo a viver entre limites e liberdade. Ouvindo desde criança que precisamos construir o nosso futuro brilhante baseado em muito estudo e tudo, absolutamente tudo deve ser planejado e estruturado. Pois bem, e eu me pergunto: O sentir, o amar, o gostar é estruturado? É planejado? Entregar-se ao amor, é algo que pode ser representado em fases através de uma planilha de excel?

Se não é possível, planejar o “sentir”  então a gente cria! Afinal somos a geração de talentos brilhantes, profissionais promissores. Criamos até novas formas de se relacionar, uma geração onde as pessoas “ficam” umas com as outras,  beijam sem ao menos se interessar no nome, interesses ou preferencias da outra pessoa. Criarmos também a amizade colorida, afinal assim podemos ser um pouco mais íntimos sem se responsabilizar por absolutamente nada.  E eu aqui que faço parte de tudo isso e de todas essas formas de relacionamento fico me perguntando, onde isso vai parar?

Olho para o lado e vejo minhas amigas e amigos de infância assim como eu a espera de alguém. Mas não só eu e meus amigos vivemos essa ansiedade, pois por onde ando ando vejo pessoas se queixando do fato de estarem a espera e muitas vezes nem sabem mais o que estão esperando!

Tudo anda tão confuso que cada dia que passa, as respostas acabam se afastando mais e mais do nosso alcance e vamos vivendo os dias da maneira mais fácil que se tem para viver. E a maneira mais fácil é seguir fazendo escolhas individualmente afinal isso nos permite uma liberdade infinita.

E diante do caminhar solitário que estamos escolhendo percorrer, cabe a observação de que nossa geração esta adoecendo não apenas fisicamente, mas psiquicamente. Cada vez mais, vejo pessoas fazendo uso de medicamentos para depressão, ansiedade, e tantas outras questões que apenas representam o quanto a alma anda ferida e cansada da ausência do amor, do companheirismo e do compartilhar.

A natureza do ser humano, desde sua constituição não é a solidão. Nossa natureza por si só é focada no compartilhar, na entrega, no amar e ser amado. Afinal é isso que sentimos desde quando nascemos e somos acolhidos nos braços de quem nos deu a vida. Essa é a primeira sensação do PRIMEIRO ATO de vida: O AMOR.

E se a nossa natureza é amar, para que resistir? Para que se fechar?

Alguns dizem estarem fechados ao amor, por que foram feridos por um outro alguém e não desejam mais ferir e ser ferido(a). Com todo meu respeito o que eu tenho a dizer para quem usa frases feitas desse tipo é: Para de se enganar! Só se machuca quem é egoísta demais para aceitar o “não”  que o outro tem a nos oferecer, só se machuca quem ainda não aprendeu que a vida é feita de sim e de não.  Ninguém machuca a gente, nós nos machucamos sozinhos pelo ato de insistir no obvio, e pela teimosia de não aprender a respeitar os desejos da outra pessoa.  

A natureza humana é a de seguir pelo caminho em grupo. Precisamos do “outro”  para perceber os nossos limites, nossas oportunidades, nossas fragilidades. Precisamos do outro para celebrar, conquistas, para fazer planos, para rir e chorar. Sem isso, a natureza do amor que esta em nós morrerá, e quando essa natureza morre damos espaço a depressão, ansiedade, tristeza, melancolia.

A vida é feita de escolhas, e a alguns meses venho aprendendo que viver com os pés no chão não significa ficar me protegendo do que eu sinto ou do que eu penso. Viver com os pés no chão é caminhar por locais desconhecidos e que podem sim me desapontar mas mesmo assim escolher seguir por esses caminhos, pois é uma aposta e eu tenho certeza que quando a gente ganha esse jogo se é feliz verdadeiramente pois o amor não foi negado, foi vivido, foi sentido.

Fica aqui, em algumas palavras algo para se pensar...

Talvez o caminho seja abandonar o escudo e seguir livre caminhando pela vida sem medo. E se o amor atingir o coração, viva, sinta... e se não der certo... tudo bem! Não precisa pegar o escudo novamente, apenas continue seguindo com a certeza de que o amor é feito para sentir e viver sem suas inúmeras formas e tipos.

É melhor quando é duradouro, mas mesmo que seja por um instante, o amor é capaz de iluminar a mais escura das noites e trazer energia para os próximos dias, para os próximos tempos.

Meu sincero e honesto desejo de que a geração 80, que já aprendeu a ser independente, possa agora experimentar o outro lado da moeda. Que possamos aprender a “co dependência “, que possamos aprender a ouvir “não” e ainda assim não perder a capacidade de amar e ser feliz! Que os corações partidos não sejam mais mera desculpas para dizer: - “Estou fechado para balanço” e que possamos seguir sendo honestos com o que sentidos e pensamentos. E a minha maior torcida é para que realmente sejamos responsáveis ao se relacionar com a outra pessoa. Como diz Jung: “...Ao tocar uma alma humana seja apenas outra alma humana”.

E para finalizar...

Sua visão se tornará clara somente quando você pode olhar para o seu próprio coração. Quem olha para fora, sonha, quem olha para dentro, desperta”. – Carl G. Jung

Com carinho

Brenda Donato

sábado, 4 de janeiro de 2014

O QUE APRENDI COM O ANO DE 2013




O que aprendi com 2013...


O primeiro aprendizado  é que “13” definitivamente não é o meu número da sorte, ou será que é?!?!?! (rs).

Aprendi com esse ano que passou muitas coisas!

Não que nos anos anteriores não tenha aprendido, mas 2013  significou o ano da limpeza, retirada definitiva de alguns “véus” que insistiam permanecer.

O ano começou , e como tantos outros em 2013 fiz planos, estabeleci metas, sonhei alto como de costume. Recarreguei as baterias em 100% e então ... BEM VINDO 2013! O ano foi se movimentando, e eu dando para ele um ritmo alucinante (quem me conhece sabe bem do que estou falando).

O primeiro grande movimento, foi a difícil decisão de morar sozinha. Sim, foram dias de angustia entre a decisão e a mudança. O que eu aprendi? Ah, eu aprendi que é preciso ter coragem para “bancar” os desejos e que nem sempre entenderão minhas escolhas (na verdade nem sei se alguém deve entender algo que pertence somente a mim). Muitas vezes alguns buracos são feitos nas relações para que o desejo particular seja estabelecido. Se a vontade existe, siga em frente! Aprendi que as vontades batem a porta pois precisam ser alimentadas. As vezes a gente erra a mão e alimenta a vontade "errada",  mas lembre-se: sempre é tempo de recomeçar!

Morando sozinha me dei conta de que sei cozinhar!  Aprendi a utilidade do leite em pó, café solúvel, congelar alimentos e tantas outras utilidades para quem vive só. Aprendi a mergulhar no silencio da minha casa e ouvir o barulho que habitava a minha alma e que misturados a tantos outros barulhos me recusava a escutar com os olhos do coração, e isso me fez começar a refletir.

Aprendi que ao morar sozinha, se tem todo o espaço que se quer, mas se algo de ruim lhe acontecer e por alguma razão não conseguir chegar em casa, ninguém nunca saberá que não chegou.  E esse foi o segundo grande aprendizado de 2013! Aprendi que não sou de ferro, sou de carne e osso e osso quebra feio se dormir ao volante e bater contra o poste.

Em maio, foram muitos aprendizados! Alguns minha alma agarrou e fazem parte do meu DNA, outros ainda estão em processo e sei que no momento certo deixarão de ser apenas teoria para agregar aprendizado real.  

Eu aprendi que tenho muitos amigos e que cada um tem um papel em minha vida. Amigos que estarão compartilhando a pior fase da vida, amigos que lhe oferecerão o ombro para chorar, amigos que acreditarão em você mesmo quando você mesmo não acredita mais. Amigos que vão dizer: “ – Conte comigo!” e você terá a certeza de que pode contar. Amigos que vão dizer: “ – Conte comigo!” e você terá a certeza que faz parte apenas de um vocabulário educado e de boas praticas e mesmo assim perceberá que ainda são amigos, pois o ato de ser/ter amigo  constitui um papel em nossa vida. Cada amigo tem o seu papel, alguns estarão presentes apenas para sorrir e outros estarão presentes para sorrir e para chorar. E foi então quando entendi a função da amizade!

Nesse momento, aprendi que não sou uma ilha e é totalmente necessário ter pessoas por perto. Pessoas que te farão sorrir, pessoas que te farão chorar! Sim, chorar, por que não?! Confesso que raras foram as vezes que aprendi algo sorrindo! 

Alguns aprendizados importantes dessa fase quebrada: ir ao banheiro sozinha é muito prazeroso, conseguir lavar os cabelos com as duas mãos nem se fala. Alias tomar banho de pé é incrível, ou melhor ANDAR COM AS PROPRIAS PERNAS é mágico!

Sabe aquela conversa que já ouvimos muito : “ - a vida não vai parar para te esperar”, sim essa frase é verdadeira, e a vida não PARA, ela passa POR CIMA! Portanto, eu aprendi que NADA deve me parar se o MEU DESEJO é de prosseguir! E foi assim que continuei caminhando! Sou de carne e osso, mas sou “cascuda”, sei o que eu quero e sei também onde desejo chegar! Se a vida não PARA, EU TAMBEM NÃO!

Foi assim que aprendi que sou forte, e que as limitações só existem para quem deseja estar limitado. Esse não é o meu desejo! Quero sorrir, quero ser feliz,  quero amar, quero ser amada, quero ter sucesso, desejo ajudar as pessoas, que ro evoluir espiritualmente, desejo ser melhor para mim e para o mundo. Quero tantas coisas...

Já que tenho muitos desejos, em 2013 aprendi o poder da palavra “não”  e da palavra “limite”. Com isso decisões foram necessárias, e alguns sonhos e prazeres adiados. Confesso que adiar sonhos já estabelecidos e concretizados não é nenhum pouco fácil, sinto o pedaço de mim faltar, porém percebo a força de querer concretizar novamente e tornar o sonho ainda maior do que era! Aprendi algo bem sério sobre minha personalidade: - Tudo que é difícil me deixa em um estado louco de euforia x prazer x teimosia, kkkkkkk (ri alto aqui! Deve ser por isso que ainda insisto em algumas coisas, ou insisti por algum tempo).

Mesmo aprendendo tanto ao longo de 2013, a alma ainda gritava! A alma pedia paz, alivio, tranquilidade, serenidade, alegria, amor, perdão! Foi então que ouvindo este grito,  apareceram pessoas certas no meu caminho. Pessoas que me ensinaram o quanto respirar pode operar milagres para a alma, para o corpo, para a mente e principalmente para o coração. E desde então minha alma esta aprendendo a sorrir, a agradecer, a cuidar, a perdoar, a relevar, a tolerar, a ouvir.

E assim eu continuo,  respirando ...

De fato em 2013, aprendi, senti, me ressenti, chorei, gritei, celebrei, agradeci, pensei, parei, continuei, ajudei... e tantas outras coisas! E o importante afirmar é que 2013 só não foi um ano como todos os outros anos pois eu pedi, eu pedi MUDANÇAS e a vida abriu o seu espetáculo, me dando cenas cotidianas para que eu pudesse abrir por dentro o que estava trancado e eu mesma não queria mais trancar.

2013 foi diferente, mas algo JAMAIS deixarei de AFIRMAR:

FOI EXATAMENTE COMO EU PROJETEI PARA QUE ELE FOSSE, CHEIO DE VIDA E CONSCIENCIA! Foi um ano sentido, vivido, experimentado.

Eu agradeço por isso, agradeço por cada amigo (eles sabem quem são) que estiveram esse ano LITERALMENTE segurando a minha mão. A minha família que mesmo diante de seus dramas, JAMAIS deixaram de estar comigo. A minha profissão e ao meu trabalho, que hoje são o espelho mais real de como posso ser  melhor e de COMO JA SOU MUITO MELHOR! Agradeço a espiritualidade que esteve comigo O TEMPO TODO me trazendo aceitação e paciencia.

Para 2014?

Nada de planos, nem metas! Deixarei que a vida se encarregue de me levar onde devo estar e ser quem eu devo ser.

EU CONFIO!

Que as melhores energias nos acompanhem e nos guie nesse novo ano!

Amem!

Com todo meu carinho e respeito


BRENDA DONATO