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segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

REFLEXÕES SOBRE A MORTE



E o que é a morte para nós?
                
A morte em todas as suas representações e formas, pode se fazer presente na vida de todos nós. Ela tem a representação do fechamento, "finalização" de um ciclo e é justamente por esse motivo que pode causar dor e angustia. Nós seres humanos temos um pequeno defeito de fabrica chamado "apego" e "posse".

O ser humano em sua essência é preparado para sentir prazer, amor e alegria. Todos os sentimentos que possam contrariar essa essência trazem um imenso desconforto ativando alguns mecanismos de defesa. Um deles é a negação/resistência. Quando negamos ou resistimos a uma situação onde um ciclo se fechou, seja ele pela morte de alguém, término de algum relacionamento, perda de um emprego, ou qualquer coisa que represente a "morte" de algo que existia, é provável que desperte o sentimento de tristeza, insegurança ou qualquer derivado desses.

A vida é feita de ciclos, composto de começo meio e fim. Os ciclos existem justamente para fazer o papel evolutivo da vida dando a nós o espaço que precisamos para crescer. O que ocorre é que no momento em que a resistência/negação surgem, todo o processo de aprendizado é interrompido e a vida tem o seu ritmo diminuído.

O medo de perder ou fechar ciclos tem relação com o nosso despreparo emocional para lidar com tudo aquilo que é incerto. Nós " seres mortais" temos um ideal de vida muito bem dimensionado internamente, onde cada coisa tem o seu devido lugar e espaço e deve acontecer exatamente como esperamos ou acreditamos que tem que ser. Por essa e muitas outras razões, ao perder um ente querido ou receber uma negativa da vida seja ela de qualquer natureza o "baque" se torna grandioso pois a sensação é a de que estamos nos perdendo do mundo " ideal" construído.

No fundo o choro sentido quando alguém muito próximo morre trata-se do choro  "ego centrista", não por quem se foi e sim pelo que "Eu vou perder diante dessa perda". A preocupação é com a quebra da rotina, com a enxurrada de emoções, com o que deixamos de fazer e poderíamos ter feito, preocupação de ter que lidar com tantas emoções que talvez foram negadas longos períodos da vida. O outro passa a ser mero coadjuvante nessa historia , torna-se apenas um meio de viver a dor que muitas vezes precisamos viver para amadurecer e dar um novo passo.

Quando amadurecemos emocionalmente começamos perceber que cada acontecimento nessa vida tem o seu devido lugar e passamos a não mais esperar os acontecimentos de uma maneira idealizada, apenas deixamos a vida correr e seguir o seu curso como tem que ser. Essa ação requer desprendimento, aceitação e o ingrediente mais importante de todos que é a confiança em si e na vida, sem tentar adotar qualquer tipo de controle sobre aquilo que não e "controlável".

Tudo o que sentimos, pensamos e fazemos são meras projeções daquilo que se passa internamente. Olhar para dentro e libertar cada sentimento reconhecendo que a vida é feita de "idas e vindas".

Deixar morrer e viver uma vida de libertação onde o que nos aguarda no final do túnel é um pote cheio de crescimento. Quanto mais acumulamos sentimentos e sensações negativas mais pesados nos tornamos e mais difícil e vagaroso se torna nosso caminhar. Levantar a cabeça e deixar os ombros leves "matando" tudo aquilo que lhe faz sofrer é equivalente a atingir a sua liberdade e evolução.

Deixe morrer o que tiver que morrer, desde pessoas a coisas!!!

Deixe sair de você aquilo que tiver que sair e não tenha medo do que pode sentir e muito menos fique tentando imaginar como será " daqui para frente". Aprenda apenas a viver dia a dia, momento a momento e esteja aberto (a) a próxima fase que a vida lhe oferecer, nada mais!

 "A vida é feita de ciclos, deixe ir o que tiver que ir para chegar o que tiver que chegar..."

Exercite a viver a vida enquanto ela está acontecendo e confie que o que está por vir (tanto de bom como de ruim) será única e exclusivamente para aprimoramento.

Com carinho

Brenda Donato