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quarta-feira, 27 de agosto de 2014

UM TRAVESSEIRO PARA DOIS Por Márcio Rodrigues

 
As vantagens de ser Idiota...
 
"Sabe, ainda bem que as coisas dão errado.Nossas histórias funcionam como o nosso corpo: expostas a interferências alheias capazes de machucar. A diferença que o nosso corpo cria anti-corpos e nossas histórias criam lições. E desde que aprendemos o que significa A, B, C, nós sabemos como as lições são importantes. A vida tem dessas. As merdas que acontecem não são exclusividades da minha ou da sua; elas fazem mais parte da nossa rotina que a distribuição diária de “bom dia”.
O importante, no entanto, é ter claro na cabeça o que você quer da sua vida.
Vamos entender que uma vida é uma coleção de fases, sendo que às vezes a gente passa por umas figurinhas repetidas – esqueça aqui aquela analogia de "figurinha repetida não completa álbum". Toda a nossa estadia nesse mundo é composta por fases iguais vividas em diferentes momentos por diferentes pessoas. Tendo em mente que a vida são fases, vale o exercício de imaginar o que raios você está fazendo com a sua atual.
Você é uma pessoal real ou você aparenta ser uma pessoa real? Quando você diz que gosta, você gosta mesmo ou fala por falar? Quando você não quer mais, você empurra com a barriga ou empurra com a verdade?
O que seria do mundo se não fossem os dias ruins? Será que manteríamos uma constante melhoria ou nos acomodaríamos ao ver as coisas dando certo? Quando seu relacionamento está bem você procura melhorar ou procurar manter? Você acha que se melhorar estraga ou que se melhorar melhora?
Já que vocês existem, que sejam úteis pra nós, diabos de dias ruins.
Nós somos responsáveis pelo fim e começo de muitas das coisas. Quando um pensamento ruim te invade, você é totalmente responsável por fazê-lo ir embora, por dar um fim, por entender que ele vai te fazer mais mal do que bem. Ou o contrário. Quando um pensamento bom te invade, você é totalmente responsável por fazê-lo ficar, por renovar, por entender que ele vai te fazer mais bem do que mal. Ou o contrário. Das poucas escolhas que temos nessa vida, essas são algumas delas.
Lá se foi a boca que tanto beijou. No seu caso, talvez tenha ido por um erro seu ou uma soma de erros seus. Já no seu caso, talvez tenha ido porque não queria mais ficar.
É preciso preencher o coração com paz antes de preenchê-lo com amor.
Tuas histórias de dor existem pra te mostrar quanto amor tem em você. Toda lágrima que te escorre encontra um começo de sorriso seu. Não adianta querer espernear sobre o quão bosta a sua vida parece estar, também não estou dizendo pra lembrar do tal do “sempre tem alguém pior que a gente” – até porque acredito que você saiba disso -, não adianta solicitar seus amigos pra contar a mesma coisa mil vezes, sobre como você gostaria de voltar, sobre como você sente saudade do beijo, sobre como tudo te faz lembrar, sobre como sentiu um perfume igual no metrô, sobre como parece que as coincidências ao seu redor indicam que ainda há chance de volta, não adianta nada disso. O que adianta mesmo é você saber tim tim por tim tim tudo de bom que já fez por alguém – dane-se o mal que te fizeram -, e com isso, saber tudo de bom que você consegue fazer por alguém. Esta é só uma das vantagens de ser idiota no sentido de se apegar rápido demais, de se dedicar demais, de demorar pra esquecer, de gostar de lembrar, de amar as pequenas coisas, de comemorar feito revéillon um “vamos sair?”, de mandar beijo na catraca do metrô, de fazer coração com a mão em qualquer outra despedida, de rir feito besta com uma mensagem no celular, de fazer pose pra tirar selfie no meio do shopping, de sentir frio na barriga com um chamado no chat, de colocar a melhor roupa no dia do encontro, de olhar cada detalhe do rosto, de sentir o cheiro da pele, de ser praquela pessoa tudo o que gostaria que fossem pra você, de sorrir de verdade, de demonstrar que gosta, de babar nos refrões mais cafonas, de falar fininho no telefone, de mandar <3 <3 <3 no celular, de suspirar com os beijos dos seriados, de ficar relendo histórico de conversa, essas, são só algumas vantagens de ser idiota; idiota por alguém. São vantagens que só as pessoas que admitem que os dias bostas existem, que são importantes, mas que é preciso consumir a dor e não deixá-la consumir, pois é necessário estar pronto para viver os dias bons, feito idiota rindo sozinho do celular.
No fim das contas todos nós somos completos idiotas, nem que pelo menos uma vez na vida. Idiota aqui, claro, no sentido de se entregar de verdade às coisas mais simples, de amar cada coisinha besta e tão gostosa, de planejar mesmo sem ter ninguém na vida. As pessoas reais, aquelas que sabem que a vida é feita de dias bons e ruins, são as melhores em ser pessoas idiotas. E pra quê vergonha? Tem gente que esconde, tem gente que não, mas todo mundo sente a mesma coisa e fica do mesmo jeito. Amor é uma coisa só, seja aí na sua casa ou no outro lado do mundo. O roteiro é o mesmo com atores diferentes.
Se ainda ficou confuso saber quais as vantagens de ser idiota, explico em uma: a melhor vantagem em ser idiota gostando de cada coisa besta tipo sorriso no meio do beijo, é que você valoriza todas as coisas bestas, também conhecidas de mais importantes, tipo sorriso no meio do beijo. E isso te faz alguém real, alguém que sabe que os dias ruins podem até existir, mas que dias bons duram mais se você quiser".
Esse texto faz tanto sentido que dispensa qualquer comentario para não estragar a grandeza das palavras e verdades expressas por Márcio Rodrigues! Apenas afirmo que sou Idiota e gosto de mim exatamente assim! Espero que gostem e aproveitem essa publicação no blog.
 
Com todo carinho
 
Brenda Donato
 

domingo, 17 de agosto de 2014

A NATUREZA DO AMOR É O AMOR - Por Brenda Donato


A natureza do amor é o amor ...

Hoje estava assistindo um filme de romance (meu tema preferido, como toda romântica assumida, rs), e sentada em frente a TV eu me questionava a respeito de como a minha geração segue encarando o tema amor, relacionamento e afins.

O primeiro ponto que eu observo é que talvez estejamos nos perdendo no medo de se responsabilizar, afinal estamos vivendo a era das facilidades, onde tudo pode ser dito, construído e descontruído com a mesma facilidade. Uma época em que “o que eu sinto” , apenas sinto e ponto final, pouco importa se “o que eu sinto” , “penso” ou “falo” gera algum impacto no outro.  Muitas vezes observo muito pensativa o que me dizem, e bate uma duvida se aquilo que esta sendo dito representará o mesmo sentimento daqui a 5 minutos ou se é apenas mais uma palavra solta ao vento.

A reflexão que eu faço desse cenário, é que a dificuldade de se responsabilizar pode estar diretamente ligada ao medo de sentir, ao medo de viver, ao medo de experimentar. Afinal somos filhos de uma geração que viveu momentos de repressão total e logo em seguida liberdade sem limite. E aqui estamos nós, aprendendo a viver entre limites e liberdade. Ouvindo desde criança que precisamos construir o nosso futuro brilhante baseado em muito estudo e tudo, absolutamente tudo deve ser planejado e estruturado. Pois bem, e eu me pergunto: O sentir, o amar, o gostar é estruturado? É planejado? Entregar-se ao amor, é algo que pode ser representado em fases através de uma planilha de excel?

Se não é possível, planejar o “sentir”  então a gente cria! Afinal somos a geração de talentos brilhantes, profissionais promissores. Criamos até novas formas de se relacionar, uma geração onde as pessoas “ficam” umas com as outras,  beijam sem ao menos se interessar no nome, interesses ou preferencias da outra pessoa. Criarmos também a amizade colorida, afinal assim podemos ser um pouco mais íntimos sem se responsabilizar por absolutamente nada.  E eu aqui que faço parte de tudo isso e de todas essas formas de relacionamento fico me perguntando, onde isso vai parar?

Olho para o lado e vejo minhas amigas e amigos de infância assim como eu a espera de alguém. Mas não só eu e meus amigos vivemos essa ansiedade, pois por onde ando ando vejo pessoas se queixando do fato de estarem a espera e muitas vezes nem sabem mais o que estão esperando!

Tudo anda tão confuso que cada dia que passa, as respostas acabam se afastando mais e mais do nosso alcance e vamos vivendo os dias da maneira mais fácil que se tem para viver. E a maneira mais fácil é seguir fazendo escolhas individualmente afinal isso nos permite uma liberdade infinita.

E diante do caminhar solitário que estamos escolhendo percorrer, cabe a observação de que nossa geração esta adoecendo não apenas fisicamente, mas psiquicamente. Cada vez mais, vejo pessoas fazendo uso de medicamentos para depressão, ansiedade, e tantas outras questões que apenas representam o quanto a alma anda ferida e cansada da ausência do amor, do companheirismo e do compartilhar.

A natureza do ser humano, desde sua constituição não é a solidão. Nossa natureza por si só é focada no compartilhar, na entrega, no amar e ser amado. Afinal é isso que sentimos desde quando nascemos e somos acolhidos nos braços de quem nos deu a vida. Essa é a primeira sensação do PRIMEIRO ATO de vida: O AMOR.

E se a nossa natureza é amar, para que resistir? Para que se fechar?

Alguns dizem estarem fechados ao amor, por que foram feridos por um outro alguém e não desejam mais ferir e ser ferido(a). Com todo meu respeito o que eu tenho a dizer para quem usa frases feitas desse tipo é: Para de se enganar! Só se machuca quem é egoísta demais para aceitar o “não”  que o outro tem a nos oferecer, só se machuca quem ainda não aprendeu que a vida é feita de sim e de não.  Ninguém machuca a gente, nós nos machucamos sozinhos pelo ato de insistir no obvio, e pela teimosia de não aprender a respeitar os desejos da outra pessoa.  

A natureza humana é a de seguir pelo caminho em grupo. Precisamos do “outro”  para perceber os nossos limites, nossas oportunidades, nossas fragilidades. Precisamos do outro para celebrar, conquistas, para fazer planos, para rir e chorar. Sem isso, a natureza do amor que esta em nós morrerá, e quando essa natureza morre damos espaço a depressão, ansiedade, tristeza, melancolia.

A vida é feita de escolhas, e a alguns meses venho aprendendo que viver com os pés no chão não significa ficar me protegendo do que eu sinto ou do que eu penso. Viver com os pés no chão é caminhar por locais desconhecidos e que podem sim me desapontar mas mesmo assim escolher seguir por esses caminhos, pois é uma aposta e eu tenho certeza que quando a gente ganha esse jogo se é feliz verdadeiramente pois o amor não foi negado, foi vivido, foi sentido.

Fica aqui, em algumas palavras algo para se pensar...

Talvez o caminho seja abandonar o escudo e seguir livre caminhando pela vida sem medo. E se o amor atingir o coração, viva, sinta... e se não der certo... tudo bem! Não precisa pegar o escudo novamente, apenas continue seguindo com a certeza de que o amor é feito para sentir e viver sem suas inúmeras formas e tipos.

É melhor quando é duradouro, mas mesmo que seja por um instante, o amor é capaz de iluminar a mais escura das noites e trazer energia para os próximos dias, para os próximos tempos.

Meu sincero e honesto desejo de que a geração 80, que já aprendeu a ser independente, possa agora experimentar o outro lado da moeda. Que possamos aprender a “co dependência “, que possamos aprender a ouvir “não” e ainda assim não perder a capacidade de amar e ser feliz! Que os corações partidos não sejam mais mera desculpas para dizer: - “Estou fechado para balanço” e que possamos seguir sendo honestos com o que sentidos e pensamentos. E a minha maior torcida é para que realmente sejamos responsáveis ao se relacionar com a outra pessoa. Como diz Jung: “...Ao tocar uma alma humana seja apenas outra alma humana”.

E para finalizar...

Sua visão se tornará clara somente quando você pode olhar para o seu próprio coração. Quem olha para fora, sonha, quem olha para dentro, desperta”. – Carl G. Jung

Com carinho

Brenda Donato